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Último dia de simpósio que reuniu representantes dos povos originários e comunidades tradicionais se concentrou na escuta social da juventude

A atividade busca construir uma carta para evidenciar violações que começam muito cedo na vida dos jovens e direitos negados, e procurar formas de mudar uma realidade difícil para populações vulneráveis

Brasília, 16/12/2022 - O último dia do III Simpósio Nacional e II Internacional “ Indígenas, Negros/as, Quilombolas e Religiosos/as de Matriz Africana: Decolonialidade e Dívidas Históricas do Estado Brasileiro nos 200 anos da Independência” , foi marcado pela escuta social da juventude. A abertura foi feita com apresentações para o grupo se conhecer melhor e com uma atividade de reconhecimento. Na dinâmica, os participantes falaram de suas vivências, quem já sofreu racismo, preconceito, assédio moral, intolerância religiosa, entre outras práticas excludentes e discriminatórias.

O processo de colonização tem essa força atemporal de se atualizar. São 200 anos da Independência, mas que ainda deram conta de fazer o estado brasileiro se reorganizar e reconhecer esses povos como pessoas merecedoras da humanidade que tinha sido retirada e que ainda não foi restituída como deveria ser.

A oficina foi proposta como um espaço de escuta das juventudes para pensar em todo o processo opressor da colonização dos povos negros e indígenas, o que isso tem consequência e efeito na vida dos jovens hoje.

Andreia Crispim é psicóloga social, comunitária e clínica, trabalha com direitos humanos, infância, juventude e diversidade, e foi convidada pelo UNICEF para ministrar a sala de escuta da juventude.

“Então é pensar a força, o que é olhar para esses 200 anos de negação de direitos, desde a existência do direito a ser, até os direitos sociais, direito de acesso à justiça, direito de acesso aos direitos básicos de casa, à saúde, segurança, comida, é sobre isso que estamos aqui falando. Essa oficina é uma forma de facilitar uma intenção de construir um documento coletivo. Então aqui tem jovens indígenas do Nordeste do país, indígenas Potiguara que é um povo de muita resistência que inclusive tem o marco, por ser um grupo étnico, um povo que conseguiu permanecer no mesmo lugar. Inclusive, era descrito pelos portugueses como um povo que não sabia o que era paz, porque ou eles estavam em festa, ou eles estavam em guerra, desconhecendo que a festa era o que sustentava a condição para guerra, para resistir, já que a guerra que eles estavam descrevendo é a luta para resistência e permanência no território, que é esse reconhecimento do que é o território, a natureza, os biomas para os povos originários e para os povos negros. Os sentidos e os significados que os brancos não conseguiram entender da relação desses povos com a natureza, de não se entenderem a parte, mas sim de se entenderem como um rio, como as montanhas, como as águas”.

Estudante, nascido em Salvador, Akhenaton, 18 anos, está pela primeira vez participando do simpósio. Ele sabia através de sua mãe, que participa desde o 1º simpósio, sobre tudo o que ocorreu nas edições anteriores, e uma das histórias que ela contou e que fez ele ter esse interesse foi de uma mulher indígena.

“Minha mãe se sentiu muito emocionada ao escutar o relato de uma mulher indígena e assim eu me senti chamado e interessado em poder também comparecer nos próximos

simpósios e também ter a oportunidade de estar conhecendo essas pessoas e também aprendendo diversas coisas”.

Akhenaton também comenta como foi participar da dinâmica. “A dinâmica foi boa para escutar os jovens, ouvir eles expressarem as opiniões, para assim poder melhorar o olhar referente a juventude e de todo o resto, como conhecer a diversidade das pessoas, os conhecimentos e suas diferentes etnias e religiões”.

A coordenadora do Escritório do UNICEF em Salvador, Helena Oliveira, relata como foi estar na sala de escuta dos jovens. “Foi importantíssimo, como forma de canalização, interação, potencialização e encaminhamento das vozes sobretudo da juventude quilombola, indígena, de terreiros para o que é preciso fazer, quais são a recomendações para nós, organismos internacionais como a OIT e UNICEF e o próprio MPT, como temos que seguir fazendo, apoiando essas vozes”.

O Simpósio começou na terça-feira (13/12) e reuniu centenas de pessoas de forma presencial, no auditório do Centro Empresarial CNC, em Brasília e de forma online, através da plataforma Àwúre Educa. No primeiro dia, foi aberto com o Toré dos Povos Originários. Toré é um ritual ancestral, praticado por várias etnias indígenas do Nordeste brasileiro, como os Pankararus, Kariri-xocós, Pankararàs, tupinambás, Xukuru-kariris, Potiguaras, Atikuns Pataxòs, Truká Tupã e outras. Trata-se de uma manifestação espiritual envolvendo tradição, invocação aos antepassados, música, religiosidade e celebração da vida.

O evento foi realizado pelo MPT, por meio da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete) e do Grupo de Trabalho Povos Originários, Comunidades Tradicionais e Periféricas, e ainda pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Contou também com o apoio técnico do Grupo Internacional Seminário Permanente Mundos Indígenas, do International Work Group for Indigenous Affairs, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), do Programa de Pós-Graduação em Direito Agrário da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás.

Durante 3 dias, participaram do simpósio professores, escritores, líderes de comunidades tradicionais e dos povos originários, além de cerca de cem autoridades. O simpósio teve apresentações e exposições artísticas. Foram momentos de conversas, palestras e escutas. A Subprocuradora-geral do Trabalho Edelamare Melo ressaltou a importância da realização do evento logo após a pandemia e do processo de escuta da população atendida pelo Projeto Àwúre.

“Esse é um simpósio que dá realmente espaço de fala para meu povo. Esse simpósio é para os povos originários e comunidades tradicionais e, nele, eles têm realmente o espaço de fala, e que não é o espaço de fala que está na literatura, e que Djamila Ribeiro coloca. O espaço de fala deles ocorre desde que eles existem no território brasileiro. Isso é uma apropriação daquilo que eles sempre reivindicaram e ocuparam. O Ministério Público do Trabalho dentro da sua institucionalidade está absolutamente aberto aos povos originários e comunidades tradicionais”, afirma a suprocuradora-geral do Trabalho, Edelamare Barbosa Melo, coordenadora do Grupo de Trabalho "Povos Originários, Comunidade Tradicionais e Periférias da Conaete/MPT.

O Àwúre, iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância(UNICEF), junto com os parceiros que apoiam os diversos projetos espalhadas em 6 estados brasileiros, busca garantir os direitos dos jovens, negros, indígenas, ribeirinhos, quilombolas e pessoas de religião de matriz africana, ouvindo a população e levando as demandas e construções de soluções para alcançar o trabalho decente, respeitando as tradições e culturas dos povos originários e comunidades tradicionais.

*Com informações da Comunicação do Projeto Àwúre.

Fonte: Procuradoria-Geral do Trabalho
Informações: (61) 3314-8101/8233
www.mpt.mp.br

Tags: Ministério Público do Trabalho, trabalho indígena, Simpósio, indígena, religião, Liberdade Religiosa, quilombo, comunidade quilombola, povo negro, religião de matriz africana, Afro-indígena, juventude

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